Nós poderíamos constantemente argumentar que a sociedade está cada vez mais se transformando. Afinal, atualmente nós vivemos em um universo muito mais tecnológico do que nossos pais um dia sonharam em viver e todo dia parece surgir uma nova invenção que está prestes a revolucionar o mundo.
No entanto, se as ferramentas mudaram, é possível argumentar que os seres humanos não se transformaram tanto assim. Independente da época em que analisarmos, é possível encontrar vários comportamentos que se repetem de geração para geração e que não parecem estar desaparecendo. Veja só cinco exemplos de como nós continuamos iguais!
1. Adolescentes apaixonados
(Fonte: Wikimedia Commons)
O amor é um sentimento universal e também atemporal. Não à toa os adolescentes do passado se comportavam da mesma forma diante de suas amadas tal qual o amor jovem dos tempos modernos. Em sua obra A Nova Vida, produzida no século XIII, Dante Alighieri faz um relato sobre um encontro com sua paixão, Beatrice, em uma festa.
Naquela noite, ele afirma ter sentido um “tremor no lado esquerdo do peito”, que o fez tremer e quase desmaiar. Os outros convidados da festa passaram a zombar do nervosismo de Dante, o que faz Beatrice se recusar a cumprimentá-lo em um outro encontro. Em um de seus poemas, o escritor então declara que aquilo “tirou a fonte de toda a sua felicidade”.
2. Bêbados e bebidas
(Fonte: Shutterstock)
Os amantes de uma boa pinga não são exatamente uma novidade do século XXI, uma vez que os bêbados existem desde a Mesopotâmia — o berço da civilização humana. A Epopeia de Gilgamesh, a história escrita mais antiga da história, faz diversas referências às cervejas do passado e mostra que ela era muito apreciada por todos.
A receita mais antiga de cerveja do planeta, por exemplo, foi escrita por volta de 1800 a.C., o que provavelmente fez com que algumas sociedades precisassem partir para um estilo de vida agrícola para conseguir fabricá-la em grandes quantidades.
3. O Grande Irmão
(Fonte: Wikimedia Commons)
Se George Orwell temia um governo poderoso que pudesse estar de olho em tudo que seus habitantes realizam, o mundo contemporâneo tornou esse cenário mais do que possível. No entanto, tudo aquilo que estava escrito no livro 1984 (1949) já estava presente na Roma Imperial.
O grande historiador romano Tácito escreveu sobre o caso de Tício Sabino, um cavaleiro romano que se queixava regularmente do imperador Tibério. O que Sabino não sabia, entretanto, era que um de seus amigos havia lhe traído e montou um quarto secreto em sua casa para ludibriar o crítico do governo. As opiniões de Tício se tornaram públicas e ele foi executado por ordem do imperador.
4. Mau comportamento infantil
(Fonte: Shutterstock)
Lidar com crianças birrentas era algo que os pais precisavam aturar desde muito tempo atrás. Em um de seus textos, Lívio — considerado o maior historiador épico da Roma Antiga — faz diversos comentários sobre o comportamento e a integridade das gerações anteriores de romanos.
Entretanto, o autor também reclama “do desprezo e da leviandade com que a autoridade parental é tratada pelos filhos na época atual”. Com isso, é possível constatar que os romanos antigos também sofriam com a rebeldia jovem, algo que permanece muito atual mesmo 2 mil anos depois.
5. Morte e impostos
(Fonte: Shutterstock)
Como diria Benjamin Franklin, apenas duas coisas são certas na vida: a morte e os impostos. Inclusive, o segundo é uma reclamação universal desde que a civilização humana existe. Quando um imposto sobre herança de 5% foi estabelecido na Roma Antiga, um enorme alvoroço foi criado.
Diversos relatos mostram que cidadãos foram até o Senado se queixar das cobranças excessivas. Na França Medieval, uma cidade inteira chegou a ser punida com tortura e crucificação após terem queimado a lista de impostos. Logo, podemos concluir que diversos povos sofreram no bolso antes mesmo de nós existirmos.
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