Uma das cenas cotidianas mais clichês que podem existir é ver uma pessoa mais velha falando mal das novas gerações. Contudo, pela primeira vez, podemos ver como se comportam jovens que já nasceram conectados, muitos usando smartphones nos primeiros anos de vida.
Esses jovens têm comportamentos bem diferentes dos seus pais. Por exemplo: uma pesquisa desenvolvida pela Pew Research Center mostrou que apenas 30% dos jovens da geração Z (nascidos a partir de 1997) haviam consumido álcool. Entre aqueles que eram jovens em 1991, esse percentual era de 54%. Mais conectados, os jovens preferem ficar em casa a sair com seus amigos.
Ao mesmo tempo, estudos publicados pelo Instituto Nacional de Saúde da França mostraram que, pela primeira vez, os jovens pontuavam menos que seus pais em testes de Q.I.
Esses dados ilustram os questionamentos feitos por vários pesquisadores ao redor do mundo sobre a capacidade crítica das novas gerações. Em um artigo publicado no site de notícias acadêmicas The Conversation, Francisco Esteban Bara, professor associado do Departamento de Teoria e História da Educação da Faculdade de Educação da Universidade de Barcelona, aponta algumas razões para que as gerações mais novas não tenham desenvolvido capacidade crítica, mesmo recebendo mais educação.
1. Falta de contato com os clássicos
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O autor argumenta que os clássicos da literatura e cinema não são clássicos à toa. O fato deles trazerem questões complexas e atemporais é fundamental para trazer ao jovem a capacidade de refletir sobre assuntos que não só afetem o hoje, mas que já eram relevantes no passado.
Para resolver esse problema, o professor sugere que os estudantes universitários tivessem disciplinas relacionadas à arte, história e outros temas relacionados à humanidade em seus cursos.
2. Muita opinião e pouco conhecimento
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Em seu texto, Bara argumenta que é preciso respeitar as opiniões do aluno, contudo, também é necessário que haja respeito por quem tem mais conhecimento. Dar a uma opinião desqualificada a mesma importância de uma opinião alicerçada em conhecimento não seria o adequado. O estudante deveria entender e valorizar o trajeto educacional necessário para poder formar uma opinião sólida sobre qualquer assunto.
3. Estética inadequada
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O autor argumenta que o espírito crítico se apresenta com uma estética própria, longe do ódio, da arrogância, inveja e do fervor. Ele deve ser humilde, educado. Se pararmos para refletir sobre essa opinião de Bara, podemos concluir que não é isso que vemos nas redes sociais, por exemplo.
Embora exista a difusão de opiniões, elas parecem mais atender à vaidade de quem fala do que ensinar e refletir sobre algo, mas essa é apenas uma das possíveis interpretações do texto.
De acordo com o artigo desse professor, estamos muito longe de formar jovens com espíritos críticos, ainda que esses jovens fiquem tantos anos em uma sala de aula, tendo acesso ao conhecimento. Para ilustrar o que é “espírito crítico”, o autor usa o filósofo grego Sócrates como exemplo.
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