Em 1896, Albert Einstein, então com 17 anos, ingressou no Instituto Politécnico de Zurique para estudar matemática e física. Cinco estudantes haviam sido aprovados para ingressar neste programa — e apenas um deles era uma mulher. Seu nome era Mileva Maric e ela se tornaria logo a primeira esposa do criador da Teoria da Relatividade.
A história dos dois juntos começaria ali, na universidade. Assim que se conheceram, Einstein e Mileva se tornaram inseparáveis. Eles produziam artigos juntos e dividiam os mesmos interesses. Para se ter uma ideia da simbiose do casal, Albert Einstein chegou a escrever uma carta para a sua amada dizendo: “tenho tanta sorte de encontrar alguém que é igual a mim, tão forte e independente quanto eu. Eu me sinto sozinho exceto quando estou com você”.
Mas havia empecilhos para que este relacionamento vingasse. E um deles era bem forte: a família de Mileva não aprovava o casamento.
Quem foi Mileva Maric?
(Fonte: G1)
Mileva Maric nasceu em 1875, na Sérvia, e era filha de um oficial do governo austríaco. Ela vinha de uma família abastada, o que possibilitou que estudasse em bons institutos quando isso era muito improvável para as mulheres.
Por influência do seu pai, ela conseguiu uma vaga na Royal Classical High School de Zagreb, que era então frequentada apenas por homens. Mileva pode, assim, estudar física, e logo começou a se destacar entre os alunos.
Por conta de problemas de saúde, Mileva mudou-se para Zurique, na Suíça. A princípio, ela começou a cursar medicina, mas acabou mudando de opção para física e matemática. Por conta disso, seu destino acabou se cruzando com o de Albert Einstein.
Historiadores encontraram indícios de que ambos trabalharam juntos nos projetos do mais famoso físico da história. As 43 cartas trocadas pelos dois evidenciam referências aos “nossos trabalhos” e à “nossa teoria do movimento relativo”, sugerindo a participação ativa de Mileva na mais importante teoria de Albert Einstein.
O casamento: do amor à infelicidade
(Fonte: Redalyc)
Não se sabe com total certeza por que Mileva Maric acabou não seguindo uma longeva carreira na física como Einstein, mas imagina-se que ela, diferente do marido, precisou priorizar os cuidados com a casa e os filhos e ficar na retaguarda.
O fato é que o relacionamento dos dois desde o início teve alguns conflitos que acabam se tornando incontornáveis. Para começar, a questão do casamento. Albert se recusava a se casar com Mileva enquanto ele não arrumasse um emprego. A família dela se opunha, pois Mileva era 4 anos mais velha que o namorado e, pelos costumes da época, ficaria velha antes que eles finalmente se casassem.
Ocorreu então algo inesperado: Mileva engravidou antes do casamento. Como viviam em uma sociedade conservadora, o fato configurava um verdadeiro escândalo, e eles tiveram que ficar separados. O casal teve uma filha chamada Lieserl Einstein, que simplesmente sumiu da história – até hoje não se sabe com precisão se a criança morreu ou foi posta para doação.
Em 1902, Einstein conseguiu um emprego na Suíça e eles finalmente se casaram. Mileva depois deu à luz a dois meninos, Hans Albert e Eduard, e continuou colaborando com as pesquisas do marido: ela discutia com ele as suas teorias, escrevia suas palestras e até preparava as suas aulas.
Mas Einstein desistiria do casamento em 1912. Ele então tinha um caso com sua prima Elsa Einstein Lowenthal, com quem se casaria mais tarde. O físico até apresentou um acordo bizarro à esposa (que propunha que eles continuassem morando na mesma casa, onde ela prepararia suas refeições e cuidaria sua roupa, porém não teriam nenhuma intimidade), mas eles finalmente se divorciariam em 1919.
No divórcio, Mileva Maric insistiu em uma cláusula que dizia que, caso Albert Einstein ganhasse o Nobel, ela receberia o dinheiro do prêmio. Ele ganhou o reconhecimento do Nobel da Física em 1921, mas quis dar para trás no acordo. Ele acabou deixando em seu testamento o dinheiro para os seus filhos.
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