Durante escavações próximas à cidade de Mendoza, Argentina, paleontólogos do Laboratório e Museu dos Dinossauros encontraram restos fossilizados de uma nova espécie de pterossauro. Os vestígios pertenciam a dois indivíduos que viveram entre 146 milhões e 66 milhões de anos atrás e foram intitulados de “dragões da morte”, sendo os maiores predadores alados já descobertos na América do Sul e um dos maiores do mundo.
Segundo Leonardo D. Ortiz David, líder do projeto, o pterossauro viveu no Cretáceo Superior cerca de 20 milhões de anos antes de um asteroide catastrófico atingir a Terra. O primeiro espécime identificado, que parece ser um adulto, tem uma envergadura de mais de 9 metros, enquanto o segundo, aparentemente um indivíduo jovem, possui sete metros de envergadura. Não há clareza se os animais tinham algum tipo de relação enquanto vivos.
“Não temos um registro atual de nenhum parente próximo que tenha uma modificação corporal semelhante a essas feras”, disse Ortiz. “Os restos de Thanatosdrakon apresentam diferentes particularidades que nos permitem diferenciá-los de outros pterossauros conhecidos. Fundamentalmente, essas características são encontradas nas vértebras e membros. Isso nos permitiu estabelecer uma nova espécie de pterossauro.”
(Fonte: MEF / Reprodução)
Thanatosdrakon amaru combina os termos gregos para “dragão” e “morte” e a expressão “serpente voadora”, localizada na língua indígena quíchua e referência a um bicéfalo, considerado divindade inca. O animal foi um dos primeiros predadores dos céus e se destaca por possuir “crânios muito grandes — às vezes maiores que seus corpos — bem como seus pescoços hiperalongados e corpos curtos e robustos”.
Incrível condição de preservação
Os restos mortais de Thanatosdrakon amaru chamaram a atenção por estarem incrivelmente bem preservados, especialmente se o histórico de vestígios encontrados for considerado. De acordo com James Kirkland, paleontólogo estadual do Utah Geological Survey, os ossos finos dos animais são raramente encontrados devido à sua consistência, favorável a sedimentar-se em condições adversas.
“Desde o início, dois fatos nos chamaram a atenção: o primeiro foi o tamanho dos restos mortais e sua preservação em três dimensões, uma condição incomum nesse grupo de vertebrados”, completou Ortiz. “O segundo foi a quantidade de restos encontrados no local, já que pterossauros gigantes são conhecidos apenas de restos fragmentários (com algumas exceções).”
(Fonte: MEF / Reprodução)
O principal autor do projeto encontrou os dois animais em meados de 2012, mais precisamente no antigo sítio na Formação Plottier, um grupo de rochas sedimentares contendo restos de saurópodes, terópodes, tartarugas, crocodilos e pterossauros. Apesar da grande quantidade de encontros, a descoberta chocou os estudiosos e era um encontro raro na região, mesmo com os incontáveis vestígios que sugiram nas últimas décadas.
Hoje, os fósseis do T. amaru estão armazenados no Laboratório e Museu de Dinossauros da Universidade Nacional de Cuyo, em Mendoza, e são protegidos do público em geral porque são muito valiosos. Apesar disso, uma réplica detalhada e completa da criatura está em exibição no local, assim como alguns moldes de seus ossos.
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