As mandalas são formas imagéticas criadas pelo homem há milênios. Elas se caracterizam por conta de sua imagem, que compreende círculos e formas esféricas preenchidas por diferentes variações como espirais, flores, cruzes e círculos concêntricos. 

Sua simbologia é muito rica: entende-se que as mandalas expressam o êxtase que se tem ao contemplar a essência da vida. E é por isso que são vistas como objetos que promovem cura e nos aproximam da espiritualidade. Suas diferentes versões nos inspiram a pensar sobre os ciclos inevitáveis da natureza, como a vida e a morte, a mudança do dia para a noite, as fases da lua, as transições entre as estações do ano — tudo isto expresso nas formas circulares da mandala.

Por que as mandalas exploram a forma do círculo?

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

A palavra mandala vem do sânscrito e significa círculo. De acordo com Charles Gilchrist no livro Sacred Geometry, a forma circular é sagrada, uma vez que é a mais natural do universo. Tudo que nos cerca tem características esféricas: os planetas, as estrelas, a lua, o sol, a maior parte das frutas, das pedras e as gotas da chuva. As células e os átomos que compõem todas as coisas são também circulares.

Segundo Gilchrist, um guru teria levado a primeira mandala para o Tibete no século XVIII. A partir daí, elas passaram a ser replicadas em vários locais, sendo deslocadas para outros continentes. Por mais que sua origem seja considerada oriental, é difícil imaginar alguma cultura ancestral em que a forma da mandala não tenha sido vista.

As mandalas na cultura mundial

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As primeiras mandalas teriam sido criadas como instrumento do budismo, uma das maiores religiões do mundo. Seu surgimento se deve ao desejo de se lembrar o tempo todo da essência circular (portanto, ativa, impermanente e renovável) da vida. Por isso, elas costumam ser utilizadas como imagens que auxiliam a prática meditativa.

Com o passar dos anos, estas imagens passaram a ser produzidas em várias culturas. No cristianismo, por exemplo, embora as mandalas não sejam compreendidas como fonte de cura, elas costumam aparecer nas formas geométricas dos vitrais das catedrais, por exemplo.

Durante o século XX, o psicanalista suíço Carl Jung, um dos mais célebres discípulos de Freud, utilizou o elemento da mandala como um instrumento terapêutico que poderia auxiliar seus pacientes no acesso ao inconsciente. Jung propôs uma analogia entre as “camadas” de uma mandala e os diferentes níveis de consciência que nós, humanos, temos. Por isso, olhar para uma imagem desta poderia ser um caminho que nos levaria mais perto do estágio mais profundo.

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Outra versão relativamente comum das mandalas foi criada pelos povos nativos americanos, especialmente os oriundos dos Estados Unidos. Estas sociedades imaginavam que a forma da mandala poderia afastar os espíritos malignos. 

Por isso, criaram um objeto que passou a ser chamado de “filtro dos sonhos”. Trata-se de um objeto (hoje mais usado na decoração das casas) que funciona como uma espécie de “labirinto” em que os pesadelos ficariam enredados. Seu formato, como é possível reconhecer com muita facilidade, remete aos círculos concêntricos de uma mandala.

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