Antes mesmo que o tabaco (nicotiana tabacum) se tornasse algo popular no mundo todo, os antigos gregos e romanos já o fumavam. Nesses casos, as escolhas mais populares eram outras plantas e ervas, para fins medicinais e recreativos. No Império Romano, por exemplo, a lavanda era um exemplar de planta que poderia aparecer constantemente em cigarros. 

Porém, a verdadeira revolução do fumo surgiu há 12 mil anos, pelos povos mesoamericanos do outro lado do Oceano Atlântico. De acordo com os arqueólogos, o tabaco já era bem popular nessas terras. Isso também significa que as folhas de tabaco eram fumadas ao mesmo tempo que mamutes vagavam pelo planeta. E é assim que uma longa história começa.

Influência nas Américas

Uma das primeiras ilustrações de alguém fumando, publicado no panfleto Uma das primeiras ilustrações de alguém fumando, publicado no panfleto “Tabaco”. (Fonte: Anthony Chute/Wikimedia Commons)

Os povos antigos das Américas costumavam usar o tabaco como uma substância medicinal, em cerimônias religiosas e também em reuniões sociais — existem evidências de que o fumo serviria para o prazer do consumidor. Com isso, a planta virou parte importante no comércio entre tribos na América do Sul, do Norte e Central.

Em 1492, Cristóvão Colombo já havia relatado ter visto nativos “fumando folhas soltas e parecendo intoxicados” durante uma visita a Cuba, algo que era chamado de “cigarro de tabaco”. Após a chegada de colonizadores espanhóis por essas regiões, o tabaco foi enviado para a Espanha e logo começou a ser cultivado na Europa.

A partir desse momento, a planta começaria a moldar o mundo que conhecemos hoje em dia. Os europeus acreditavam muito que o tabaco poderia ser usado como produto medicinal e até mesmo o rei Francisco II da França recebeu uma remessa para tratar suas dores de cabeça. Com o passar do tempo, o tabaco em pó passou a ser misturado com outros líquidos para criar medicamentos.

Hábito universal

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

A expansão do tabaco pela Europa fez com que o hábito de fumar a planta se tornasse algo muito comum nas sociedades mais modernas. Agricultores aproveitaram o crescimento da aceitação popular para crescer grandes plantações e desenvolver uma grande economia em potencial.

À medida que os campos se expandiam, aumentava também a necessidade de mais mão de obra. Ao mesmo tempo, os portugueses passaram a escravizar pessoas na África e levá-las para o Novo Mundo, onde trabalhariam nas colônias açucareiras. A crescente indústria de tabaco na América do Norte fez com que vários escravos fossem levados aos Estados Unidos.

Por consequência, anos mais tarde isso desencadearia uma Guerra Civil no território norte-americano, que por sua vez moldaria a nação no que ela é hoje. No século XX, o tabagismo virou a principal forma de consumo do tabaco e também sinônimo de classe entre os aristocratas. Cigarros viraram forma de conforto para soldados na guerra e por aí vai.

Se analisarmos diversos instantes importantes da vida humana nos últimos cinco séculos, encontraremos vários pontos em que o tabaco desempenhou um papel chave nos acontecimentos históricos. Então, independente das polêmicas a respeito do seu uso para a saúde, é inegável sua participação e contribuição no universo em que vivemos atualmente.

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