Existem dois caminhos que você pode seguir ao optar por um automóvel: o racional e o emocional. Escolher pela razão significa procurar o modelo mais econômico e que melhor atende suas necessidades mais básicas de locomoção, seja diária ou esporádica.

Quando, porém, nos guiamos pela emoção, quase sempre acabamos comprando algo que não necessariamente precisamos, mas que convence por ser estupidamente divertido e nos proporcionar uma experiência que a racionalidade jamais conseguiria fazer igual. O Ford F-150 é um perfeito exemplo de compra emocional que nos faz abrir mão da razão sem reclamar.

São seis opções de cores sem custo adicional. A do modelos das fotos é o Cinza Torres.
São seis opções de cores sem custo adicional. A do modelos das fotos é o Cinza Torres.

Não faz muito tempo que a Ford atualizou a picape de porte grande no Brasil (confira os detalhes clicando aqui), mas agora chegou a vez de conferir seu comportamento pelas ruas e estradas. Para isso, o TecMundo foi até as cidades de Vinhedo e Itatiba, no estado de São Paulo, para dirigir a americana e trazer todas as impressões para você.

A montadora preparou um percurso de aproximadamente 100km, saindo da capital paulistana até o município de Itatiba, mas com uma breve parada em Vinhedo. Não é um trajeto longo, porém, deu para ter uma boa noção do que o F-150 pode fazer e, é claro, experimentar uma parte dos inúmeros recursos tecnológicos e de conforto que ele oferece.

Interior mais parece uma sala de estar. Há sobra de espaço mesmo para cinco adultos grandes.
Interior mais parece uma sala de estar. Há sobra de espaço mesmo para cinco adultos grandes.

Itatiba/SP – o F-150 é, sem exageros, imenso. São quase 6 metros de comprimento, quase 2 metros de altura e o entre-eixos é maior do que um Renault Kwid. Os superlativos continuam quando se abre o capô: o 5.0 V8 a gasolina da família Coyote, que também equipa o Mustang, está lá pronto para gerar até 405cv e 56,7kgfm de potência e torque máximos.

Equipado com câmbio automático de 10 marchas e tração integral seletiva, do tipo 4WD com reduzida, ele vai de 0 a 100km/h em 7,1 segundos, número espantosamente bom para um monstro de 2.470kg. Mesmo com tudo isso e umas aceleradas esporádicas, nossa média em percurso majoritariamente rodoviário foi de impressionantes 10,1km/l.

Interior traz forração toda em preto. O enorme teto panorâmico permite maior entrada de luz.
Interior traz forração toda em preto. O enorme teto panorâmico permite maior entrada de luz.

O ruim é que embora o F-150 consiga esconder seu tamanho na hora de andar pelas ruas, não há milagre no momento das manobras. A picape é enorme e até conta com recursos como câmeras em 360º com múltiplas visualizações e sensores de estacionamento, mas ainda assim exige paciência e atenção redobradas para não bater ou raspar em nada.

Todo esse tamanho tem seu lado bom: cinco adultos se acomodam com conforto de sobra mesmo que sejam grandes. É fácil achar a melhor posição para dirigir, pois até os pedais contam com ajuste elétrico de distância; os dois bancos da frente e o volante também trazem controles elétricos, favorecendo a ergonomia e permitindo dirigir por horas sem cansar.

Painel de instrumentos é 100% digital e a interface é bastante familiar.
Painel de instrumentos é 100% digital e a interface é bastante familiar.

Falando em dirigir, o 5.0 de oito cilindros é delicioso de se ouvir – não é abrutalhado como o do Cayenne que testamos mês passado, mas ainda é música para os ouvidos em tempos de sumiço dos V8. Basta pisar um pouco mais fundo e a sinfonia começa a ecoar na pista, arrancando sorrisos dos ocupantes e fazendo a picape avançar progressivamente.

Não espere por reações explosivas ou seu corpo grudado no banco, afinal, não estamos na versão Raptor. Ainda assim, porém é possível se surpreender com a eficiência da tocada do F-150 e do câmbio de dez marchas que conduz toda a orquestra – ele permite trocas manuais por botões nem um pouco intuitivos na alavanca. Sentimos falta dos paddle-shifters.

Tampa da caçamba pode ser aberta de duas maneiras; a convencional e uma parcialmente horizontal.
Tampa da caçamba pode ser aberta de duas maneiras; a convencional e uma parcialmente horizontal.

O acerto de suspensão é mais molenga do que o brasileiro costuma gostar, contudo, as imperfeições da pista quase não são sentidas, o que é ótimo. Já a ambientação consegue ser simples e sofisticada ao mesmo tempo: as interfaces do cluster de instrumentos e da central multimídia são básicas, entretanto, funcionam bem e são fáceis de se ler.

O acabamento geral é muito bom, trazendo várias partes macias ao toque e detalhes decorativos. Além disso, outro ponto positivo é a profusão de botões por todos os lados; felizmente a Ford não substituiu funções básicas por comandos em tela que são modernos e bonitos, mas desviam desnecessariamente a atenção da pista.

Da esquerda para a direita: Preto Vesúvio, Cinza Torres e Azul Monaco.
Da esquerda para a direita: Preto Vesúvio, Cinza Torres e Azul Monaco.

No final das contas, o contato inicial com o F-150 reestilizado para 2024 agradou muito e faz o preço tabelado em R$519.990 parecer pouco mediante tudo o que se leva. Pode não andar tanto quanto o Ram 1500 atualizado, entretanto, o fato de não ter perdido o motor V8 continua sendo um de seus maiores trunfos e, é claro, fontes de prazer ao volante.

As novidades como o Head-Up Display, a porta da caçamba com abertura parcialmente horizontal e o estribo fixo foram muito bem-vindas. Resta saber se é possível conviver com ela diariamente em um teste mais longo, pois todo esse tamanho se torna bastante indigesto no uso urbano. Quem sabe daqui a alguns meses ou, talvez, semanas…

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