O termo supercarro é historicamente atribuído a modelos de concepção esportiva, feitos para atingir altas velocidades e tempos espantosos em pista. Acontece que há muitas outras formas de um carro ser “super” e o nosso teste da vez comprova isso com excelência.
O TecMundo percorreu mais de 2.000km com o Range Rover Sport, um super-SUV de alto luxo que foi atualizado recentemente para a linha 2025 e que nós testamos por dez dias. Recebemos uma unidade da versão Autobiography, cujo preço começa em R$1.185.500, e trazemos todos os detalhes do utilitário britânico para você. Confira!
De tudo um muito
Atualmente na terceira geração, o Range Rover Sport continua sendo um dos maiores modelos da gama: são 4,94m de comprimento, 1,82m de altura, 2,04m de largura (tirando os espelhos) e 2,99m de entre-eixos. As gigantescas rodas de 23 polegadas com porções em fibra de carbono legítima são opcionais e calçam pneus de medidas 285/40 R23.
Debaixo do capô se encontra a grande novidade da linha 2025 e ela também é repleta de superlativos: o bloco 3.0 de seis cilindros a gasolina atua em conjunto com um motor elétrico para totalizar até 550cv e 81,5kgfm de potência e torque, o suficiente para levar o utilitário de 0 a 100km/h em 4,9 segundos e a uma velocidade máxima de 242km/h.
O conjunto motriz do Range Rover Sport 2025 é do tipo híbrido plug-in, ou seja, trata-se de uma arquitetura de maior capacidade do que os híbridos convencionais (também chamados de plenos) e que permite recarga pela tomada – nesse caso, inclusive, com suporte a carga rápida. Há uma bateria de 31,8kWh usáveis que garante até 69km de autonomia pelo PBEV.
Na prática, contudo, é possível rodar bem mais se o trajeto for favorável e se as respostas ao volante forem comedidas. Você pode escolher se quer usar o modelo apenas em modo 100% elétrico (EV), em modo combinado (Hybrid) ou somente na gasolina (Save), guardando a energia para ocasiões específicas como congestionamentos, por exemplo.
Primeira classe para todos
A lista de recursos de série é imensa e contempla: faróis Digital LED com projeção de imagens e ajuste automático, ar condicionado de quatro zonas, bancos com aquecimento e resfriamento até na traseira, teto solar panorâmico, iluminação ambiente customizável, rodas traseiras esterçantes, suspensão a ar adaptativa, entre vários outros.
A unidade que nos foi cedida também trouxe alguns opcionais como: telas traseiras individuais de 11,4″, geladeira embutida no console central, pinças de freio em vermelho, sistema de som Meridian Signature com nada menos do que 29 alto-falantes + um subwoofer e 1.350 watts de potência, purificador de ar para a cabine e alguns outros recursos de comodidade.
Andar com o Range Rover Sport 2025 é uma experiência intrigante. Para começar, leva-se algum tempo até entender tudo o que o SUV pode fazer e se familiarizar com as funções, pois há muitos recursos e nem tudo é tão óbvio. Ao fecharmos as portas, um silêncio quase absoluto toma conta da cabine e impressiona pela qualidade do isolamento.
O britânico quase sempre iniciará em modo somente elétrico ou no híbrido, mas pode ser que ligue o 3.0 junto em ocasiões específicas para aquecer na primeira partida do dia. A suspensão a ar se abaixa automaticamente para facilitar o acesso e se ergue novamente quando as portas são fechadas, tal qual as maçanetas retráteis que só aparecem com as portas destravadas.
Apesar do visual mais arrojado e do nome Sport, o foco aqui é luxo e sobriedade. Por conta disso, o RR Sport parece flutuar pelo asfalto, pois se movimenta de forma sublime e imponente; pouco se ouve do mundo lá fora e, de igual modo, os passantes nas ruas só notarão o SUV se olharem diretamente, pois mesmo o motor a gasolina é absolutamente silencioso.
Você pode configurar o comportamento de tudo: direção, suspensão, câmbio, diferenciais… É possível ter um carro macio e suave ao volante ou agressivo e arisco. Dá para usá-lo no dia-a-dia sem gastar uma gota de combustível, mas se precisar do modo combinado, conseguirá médias superiores a 13km/l; nada mau para um mamute de 2.810kg.
A parte ruim é que mesmo no modo mais solto, o RR Sport ainda é muito conservador, levando algum tempo até entender o que o motorista quer e, de fato, executar. Quando o faz, porém, pode assustar, pois ambos os motores atuam em conjunto para fazer os 550cv e mais de 80kgfm serem entregues às quatro rodas, catapultando o SUV no asfalto adiante.
Também tivemos algumas ocasiões em que a “entrada” do motor a combustão gerou um tranco incômodo, ou o modo 100% elétrico ficou temporariamente indisponível sem explicação. Foram raros momentos, mas sinalizaram que mesmo um produto de mais de 1 milhão de reais tem espaço para as sempre importantes melhorias. Pode ser questão de software.
No final das contas, conduzir o Range Rover Sport 2025 foi uma oportunidade bastante interessante e rara, afinal, é um modelo para poucos. O SUV britânico esbanja luxo e conforto para todos, entregando performance digna do seu nome (e preço) quando é necessário e mantendo a capacidade off-road garantida pelas dezenas de recursos presentes.
A versão Autobiography eleva a experiência a um outro patamar, trazendo recursos inexistentes na opção de entrada HSE e oferecendo possibilidades quase infinitas de customização. Seja como for, o Range Rover Sport mostrou que é possível ser um supercarro em muitos outros tópicos além do desempenho no asfalto ou fora dele.
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