Os acionistas da Apple rejeitaram uma proposta para alterar a atual política de diversidade, equidade e inclusão (DEI, na sigla originam em inglês) em vigor na empresa. A votação aconteceu nesta terça-feira (25) durante uma reunião, mas a proporção das respostas não foi divulgada.
A proposta partiu de uma organização conservadora dos Estados Unidos e envolvia compreender a visão do quadro de investidores sobre os atuais programas desse setor mantidos pela empresa. A denúncia alegava que esse tipo de ação poderia até impactar a Maçã financeiramente e em termos de reputação, mas ela mesma recomendou o voto contra essa medida, ao considerá-la “inapropriada” e explicar as atuais políticas no setor.
De acordo com o CEO da Apple, Tim Cook, a companhia não usa cotas de classes sociais, gênero ou outras divisões para contratação de funcionários. Porém, o executivo diz que a força da empresa vem justamente da mistura de “pessoas com diferentes histórias e perspectivas que se juntam” e que ela “continuará comprometida com valores” que sempre foram levados em conta pela marca.
“A Apple oferece oportunidades iguais de emprego e está comprometida com a inclusão e a diversidade. Também adotamos ações afirmativas para oferecer oportunidades de emprego e de promoção para todos os candidatos, com o compromisso de cooperar e fazer as adaptações necessárias para acomodar deficiências físicas e mentais”, diz um texto ainda hoje presente no site oficial da companhia.
A empresa até foi contestada por ter em seu quadro executivo uma vice-presidente de Inclusão e Diversidade. A funcionária em questão é Cynthia Bowman, no cargo desde 2024 e com experiência no setor bancário antes de ir para a Maçã. Cynthia também tem como tarefa gerenciar projetos da companhia em setores como educação
Nova gestão nos EUA e mudanças políticas
As tentantivas de forçar empresas a reduzir ou descontinuar completamente políticas de igualdade foram intensificadas a partir da nova gestão presidencial de Donald Trump nos Estados Unidos.
De forma espontânea, empresas como Google anunciaram o fim de contratações focadas em diversidade, equidade e inclusão por seguir medidas do governo dos EUA sobre o assunto. Além disso, Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp) e Amazon também seguiram por caminhos parecidos para não desagradar Trump e cortaram programas do setor.
Até pela pressão política, Cook não descartou mudanças mesmo com a negativa dos acionistas. “Na medida em que o cenário jurídico nesse assunto evolui, nós talvez tenhamos que fazer algumas mudanças para nos adequar. Mas a nossa referência de dignidade e respeito a todos e nosso trabalho para essa finalidade nunca vai enfraquecer”, garantiu o executivo. Recentemente, a companhia também anunciou o plano de investir US$ 500 bilhões nos EUA nos próximos quatro anos para aumentar a presença no país.
As políticas de DEI nas empresas de tecnologia no Vale do Silício foram intensificadas em especial a partir de 2021. A recusa dos investidores da Apple em seguir a ação de outras gigantes do setor é um marco nessa nova fase da política norte-americana e pode fazer com que mais companhias mantenham as atuais regras sobre diversidade no mundo corporativo. Para saber como isso impacta positivamente no crescimento de uma empresa, confira esta coluna especial do TecMundo.
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