Black Mirror está de volta na Netflix trazendo debates importantes sobre tecnologia. O terceiro episódio da sétima temporada, intitulado Hotel Reverie (7×03), entrega uma história que combina a estética do cinema clássico com as ansiedades modernas sobre inteligência artificial, identidade e liberdade criativa.

Ambientado entre dois mundos — o real e o virtual —, o episódio aposta em um olhar romântico e melancólico sobre o uso de tecnologias imersivas, como o Redream, que permite inserir pessoas reais em filmes antigos para criar novas versões interativas. A narrativa é conduzida pela estrela Brandy Friday, interpretada por Issa Rae, que busca um papel fora dos estereótipos hollywoodianos e acaba vivendo uma experiência que muda sua percepção de realidade e afeto.

A seguir confira tudo que acontece no episódio e o significado de seu final! Mas fique ligado, a partir daqui, o texto está repleto de spoilers!

Qual a história de Hotel Reverie?

A trama de Hotel Reverie começa com um estúdio britânico em decadência tentando se reerguer através da Redream, tecnologia que transporta a consciência de um ator para dentro de um filme. Brandy escolhe participar de um remake de seu longa favorito, Hotel Reverie, assumindo o papel principal em uma versão reformulada do clássico de 1949.

Lá, ela conhece Clara (Dorothy Chambers), interpretada por Emma Corrin, e o que começa como atuação logo se transforma em romance verdadeiro. Trabalhando juntas no longa, as duas desafiam o roteiro original e a natureza da própria realidade onde estão inseridas.

Com referências visuais a filmes como Casablanca e Brief Encounter, o episódio mistura nostalgia e inovação para discutir até que ponto a tecnologia pode mediar relações humanas. Ao melhor estilo Show de Truman, Hotel Reverie convida o público a questionar o que é real e o que é programado — e o que estamos dispostos a perder ou preservar por amor.

Episódio fala sobre remakes e tecnologia

Brandy Friday é uma atriz famosa, mas que se sente presa a papéis genéricos e anseia por algo mais profundo e romântico, como os clássicos de Hollywood. A oportunidade surge quando a Redream — empresa que digitaliza atores e os insere em filmes antigos — a convida para estrelar o remake de Hotel Reverie, seu longa favorito.

O filme original, lançado em 1949, será adaptado com mudanças no enredo e na representatividade: Brandy assume o papel principal como Alex Palmer, um herói reinterpretado, e contracena com Clara, a personagem de Dorothy Chambers, formando um par de protagonistas.

A missão de Brandy é seguir o roteiro para conseguir sair da simulação, mas as coisas rapidamente saem do controle. Ao errar uma fala essencial, a atriz quebra o fluxo narrativo do filme e causa um “bug” que compromete toda a estrutura da história.

A situação se agrava quando um engenheiro derruba café em um dos servidores, tirando o Redream do ar por alguns minutos — tempo suficiente para meses se passarem dentro do filme. Durante esse período, Brandy e Dorothy se apaixonam de verdade, e a atriz começa a considerar ficar para sempre dentro daquela realidade.

Episódio termina com final agridoce

No ápice da narrativa, Clara mata seu marido — uma mudança drástica no enredo original — e é ferida mortalmente ao atirar em um detetive. Nos braços de Brandy, ela morre, enquanto a atriz, dividida entre sua missão e seus sentimentos, reluta em dizer sua fala final.

Eventualmente, Brandy diz a sua frase e desperta no mundo real, devastada com a perda. Apesar das falhas na execução, o novo Hotel Reverie se torna um sucesso de streaming, e Brandy recebe reconhecimento por sua performance intensa e emotiva.

No entanto, o verdadeiro impacto da história vem após os créditos. Kimmy (Awkwafina), representante da Redream, entrega a Brandy um telefone retrô que simula uma linha direta com Dorothy. A inteligência artificial permite que Brandy converse com uma versão da atriz criada digitalmente — um consolo simbólico, mas também um eco perturbador do vínculo que viveram.

A dor da separação é aliviada, mas não superada, levantando questionamentos sobre a validade emocional de relacionamentos mediados por IA.

O que o final de Hotel Reverie realmente significa?

Segundo o criador Charlie Brooker, o final do episódio foi pensado para ser assim, simulando uma espécie de relacionamento à distância. “Eu sabia exatamente qual deveria ser o final”, disse ao site Tudum, da Netflix. “O fato de [Dorothy e Brandy] terem esse tipo de romance à distância foi agridoce.”

Issa Rae and Emma Corrin in Season 7 of ‘Black Mirror’

Emma Corrin, que interpreta Dorothy, também comentou sobre o impacto emocional da trama. Segundo a atriz, o final revela “a beleza de duas pessoas que se encontraram em circunstâncias extraordinárias”. Ainda assim, ela reforça a tristeza implícita: “A versão da Dorothy que Brandy está conversando ainda vive em uma bolha.”

Brooker ainda afirmou que, apesar do fim da história parecer definitivo, nada impede que Brandy retorne à simulação. “Ela quase quis ficar naquele mundo”, disse o showrunner. O episódio termina deixando no ar uma pergunta essencial: se pudéssemos reviver um amor perfeito, mesmo que programado, quantas vezes voltaríamos?

E aí, qual a sua opinião sobre o episódio 3 de Black Mirror Temporada 7?

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