À primeira vista, o Manuscript Writing Café (“Café para escrever manuscritos”, em tradução livre) parece uma cafeteria como qualquer outra. Ele fica em Koenji, uma área residencial bem localizada de Tóquio. Tem mesas e balcões, onde os clientes podem se sentar, bem como tomadas e internet para quem quer trabalhar com seu notebook. Algo muito comum nos tempos modernos em que vivemos. 

Porém, seu funcionamento é único no mundo — e, se eu tivesse grana, eu entrava num avião agora para ir até lá. Isso porque o Manuscript Writing Café obriga seus clientes a cumprir seus prazos de escrita. E veja só: esse texto estava há mais de um mês na minha pauta. 

Imagem: Koenji Sankaku Chitai/ReproduçãoImagem: Koenji Sankaku Chitai/Reprodução

Só sai quando terminar

Mais que uma cafeteria, o Manuscript Writing Café é um espaço de coworking onde escritores podem trazer seus notebooks e finalmente cumprirem suas entregas. Eles pagam uma taxa por hora para trabalhar, podendo tomar café a vontade ou fazer pedidos extras no balcão.

Mas as diferenças começam na entrada, quando o gerente pergunta quanto o cliente precisa escrever e dentro de quantas horas. Então, a pessoa escolhe um tipo de fiscalização. 

No tipo “leve”, o gerente só pergunta se o cliente cumpriu a meta na hora de pagar. No modo “normal”, um funcionário passa de hora em hora para conferir como vai o trabalho. Já no estilo “hard”, uma pessoa fica o tempo todo olhando para a tela daquele cliente. Em todos os casos, o cliente só tem permissão para sair quando cumprir a meta acordada na entrada. 

Isso mesmo: quem não escrever, não pode ir embora. 

Taxas de permanência

O Manuscript Writing Café não fica aberto 24 horas por dia, então as pessoas precisam sair, em algum momento. Mas esperar o expediente acabar para ser liberado não é um bom negócio. 

Isso porque a taxa de uso do espaço é de 150 ienes (em torno de R$ 5) por cada 30 minutos, das 13h às 19h. O café também funciona à noite, até as 00h — mas quem ultrapassa o horário comercial já precisa pagar taxas extras a cada 30 minutos adicionais. 

Quem procrastina tanto que não consegue bater a meta nem depois da meia noite paga uma taxa de 3 mil ienes — cerca de 110 reais, ou 22 vezes o valor do aluguel. Bastante, né?

Não encontrei relatos de clientes, mas o sistema realmente parece muito bom. Afinal, a gente escreve para pagar as contas e o medo de pagar taxas caríssimas pela procrastinação me faria entregar tudo rapidinho. Fica a dica aí, editor!

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