Notebooks são equipamentos caros e, muitas vezes, essenciais para nossos estudos, trabalho e lazer. Por isso, é sempre bom cuidar para que eles durem o máximo possível. Um dos pontos que mais costuma dar problema com o tempo são as baterias. Embora seja praticamente impossível impedir a perda de capacidade ao longo dos anos — já que isso é resultado natural do funcionamento das baterias —, há várias atitudes que você pode tomar para retardar esse desgaste.
Quando você busca vídeos ou textos sobre esse assunto por aí, é comum encontrar informações desatualizadas sendo compartilhadas como se ainda fossem válidas. Por isso, neste vídeo, eu vou não só dar dicas realmente úteis para os notebooks atuais, como também desmentir alguns mitos, explicar por que certas recomendações antigas mudaram nos aparelhos modernos e apresentar boas práticas que você pode adotar agora mesmo para aumentar a vida útil da bateria do seu notebook.
Explico tudo isso logo depois dessa introdução deste episódio do nosso quadro Assistência Tec.
Manter o notebook na tomada danifica a bateria?
A dúvida mais comum sobre a preservação da vida útil das baterias de notebook é: posso deixar o carregador conectado o tempo todo? A resposta para os modelos atuais surpreende muita gente, pois é o oposto do que se recomendava para notebooks mais antigos. Isso dá a sensação de que estamos sempre desinformados, já que o que era certo no passado, hoje não se aplica mais. Na prática, tudo depende do tipo de bateria do seu aparelho.

Nos laptops mais antigos, as baterias eram feitas com compostos de níquel — mais suscetíveis à degradação e muito mais vulneráveis a problemas como sobrecarga e superaquecimento. Por isso, a recomendação naquela época era nunca manter o aparelho na tomada após a carga completar, principalmente se o notebook ainda estivesse em uso. A explicação simplificada era que isso “viciava” a bateria, mas, na prática, o que acontecia era apenas uma aceleração do desgaste.
Se o seu notebook tem cerca de 8 anos ou mais, vale checar se a bateria é de níquel. Isso pode ser feito observando a etiqueta na própria bateria, especialmente se ela for removível. Outra opção é pesquisar as especificações completas do modelo na internet. Se a sua for de níquel, realmente vale a pena evitar o uso contínuo com o carregador conectado — além de seguir outras dicas que ainda vou comentar.
O que causa o estresse na bateria?
Agora, se o seu aparelho é mais moderno e conta com uma bateria de íons de lítio, o risco de degradação por sobrecarga é muito menor. Ou seja, dizer que “vicia” a bateria se ela ficar sempre na tomada virou mito. Em muitos casos, inclusive, é até recomendado mantê-lo conectado, desde que alguns cuidados sejam tomados para evitar o chamado estresse da bateria.

Um dos fatores que causam esse estresse — mesmo em baterias modernas — é o uso contínuo em cargas extremas, como 0% ou 100%. Isso é especialmente prejudicial quando o aparelho permanece nesses níveis por muito tempo. A boa notícia é que a maioria dos notebooks lançados nos últimos 3 a 5 anos já conta com sistemas que interrompem automaticamente a recarga ao atingir 100%, passando a usar diretamente a energia da tomada. Isso reduz significativamente o impacto de manter o carregador sempre conectado.
Ainda assim, se você quiser ser mais cuidadoso, pode adotar a chamada regra dos 20-80: tentar manter a bateria sempre entre 20% e 80%. Alguns especialistas vão além e indicam faixas como 40-80 ou até 40-60, mas, nesse caso, a diferença real costuma ser mínima.
Ativar a proteção de bateria pode ser interessante
Para não precisar monitorar constantemente o nível da bateria, muitos notebooks mais recentes trazem um recurso chamado “proteção de bateria”, “otimizador de bateria” ou algo semelhante, dentro do aplicativo da fabricante. Ele permite configurar um limite máximo de carga — como 80%, por exemplo —, mesmo mantendo o notebook sempre na tomada. Assim, você evita estressar a bateria sem precisar ficar ligando e desligando o carregador o tempo todo.

A desvantagem é que, como o notebook nunca chega a 100%, você pode não ter carga total caso precise sair com ele às pressas. A dica, nesse caso, é se planejar para desativar a proteção quando for sair, carregar até 100% e, depois, reativá-la ao retornar.
Para ativar esse recurso, é preciso procurar no aplicativo específico da fabricante, já que não é uma função nativa do Windows. O nome e a localização da opção podem variar até entre modelos da mesma marca. Em notebooks da Samsung, por exemplo, ela geralmente está no app “Configurações Samsung” ou “Samsung Settings”. Já nos Lenovo, o ajuste pode estar disponível no aplicativo Lenovo Advantage.
Não exponha a bateria a calor excessivo
Outro fator que acelera tanto o consumo quanto a degradação da bateria é a temperatura. Quanto mais quente o notebook, pior — isso vale tanto durante o uso quanto no armazenamento. Mas calma, isso também não quer dizer que você deva colocar o aparelho na geladeira! O frio excessivo e a umidade também podem danificar os componentes.
Há várias formas simples de reduzir a temperatura e, consequentemente, o desgaste da bateria. Uma delas é clicar no ícone da bateria na barra de tarefas e ajustar o “Modo de energia” para “Equilibrado” ou “Melhor Eficiência de energia”. Isso reduz o desempenho, mas também o consumo e o aquecimento do aparelho.

Se quiser ir além, você pode ativar o modo “Economia de energia” e selecionar a opção “Sempre usar economia de energia”, mas tenha em mente que isso pode limitar bastante o desempenho do sistema.
Outra dica fácil é reduzir o brilho da tela. Dá para fazer isso pela tecla Fn + a tecla de função correspondente ao símbolo de sol, ou direto pela barra de status no canto inferior direito da tela no Windows 10 ou 11. Quanto menor o brilho possível sem comprometer a visibilidade, melhor para a saúde da bateria.
Otimize as configurações de energia
Você também pode configurar o notebook para desligar a tela e entrar em hibernação após alguns minutos de inatividade, o que economiza ainda mais energia. Desativar o HDR (se houver) e desconectar acessórios USB não utilizados também são medidas eficazes.
Cuidar da ventilação é fundamental. Mantenha as saídas de ar desobstruídas e evite usar o notebook sobre tecidos como cobertores ou toalhas. O ideal é sempre utilizar superfícies planas e rígidas, e, se possível, utilizar um suporte que eleve levemente a parte traseira para melhorar a circulação de ar.

Melhor ainda é investir em uma base de resfriamento, com ventoinhas próprias para ajudar no resfriamento. O ideal é que ela tenha alimentação independente da tomada, para não consumir energia do notebook. E não precisa ser nada caro — modelos simples de R$ 40 já dão conta do recado. Um exemplo está no link que deixamos na descrição.
Tomando todos esses cuidados, você pode sim usar seu notebook na tomada com tranquilidade, sem comprometer a saúde da bateria. Assim, ela estará sempre pronta para quando você precisar usar o aparelho longe da energia.
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