A Mensagem de Arecibo é um marco busca por vida inteligente fora da Terra. No dia 16 de novembro de 1974, uma equipe internacional de cientistas, incluindo o astrônomo e divulgador científico Carl Sagan, enviou uma mensagem para o espaço na tentativa de se comunicar com possíveis seres extraterrestres.
Nesta terça-feira (16), é o aniversário de 50 anos que a mensagem foi transmitida pelo radiotelescópio do Observatório de Arecibo, em Porto Rico.
É importante destacar que a transmissão não foi realizada apenas visando buscar vida extraterrestre, mas também como parte da cerimônia de atualização do radiotelescópio de Arecibo.
Nessa missão, os pesquisadores criaram uma mensagem simples e pictórica que, possivelmente, poderia ser compreendida por alienígenas. Afinal, esses seres provavelmente não se comunicariam em inglês, português ou qualquer outro idioma terrestre, por isso era necessário encontrar uma forma de comunicação mais universal.
A Mensagem de Arecibo é considerada a primeira tentativa da humanidade de enviar uma comunicação no contexto da iniciativa Messaging Extraterrestrial Intelligence (METI).
O programa Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI) continuou parte dessa missão e, até hoje, tenta encontrar uma resposta ou outras mensagens que alienígenas possam estar tentando enviar. Ao contrário da mensagem, o SETI faz uma busca passiva por possíveis contatos de outras civilizações.
Inclusive, o SETI detectou o sinal WOW, um mistério que fez muitos cientistas considerarem a possibilidade de ser uma mensagem extraterrestre. Porém, a maioria descarta essa hipótese e sugere que o sinal veio provavelmente de reações de objetos celestes, como estrelas ou cometas.
“Embora seja improvável que esta curta investigação algum dia provoque uma resposta, o experimento foi útil para nos fazer pensar um pouco sobre as dificuldades de comunicação através do espaço, tempo e uma presumivelmente ampla lacuna cultural”, é descrito no site do SETI.
A história da Mensagem de Arecibo
Os cientistas que participaram da missão incluíram dados sobre matemática, humanidade, DNA e o Sistema Solar.
Então, no dia 16 de novembro de 1974, a mensagem de rádio foi transmitida para o Grande Aglomerado Globular de Hércules, conhecido como Messier 13, M13 ou NGC 6205. A região está localizada a 25 mil anos-luz de distância da Terra.
Ao todo, foram enviados 1.679 bits de dados organizados em 73 linhas de 23 caracteres cada, formando imagens e números que poderiam ajudar extraterrestres a decodificar a mensagem.
Entre as informações incluídas estavam:
- Dados sobre elementos químicos essenciais;
- Estrutura do DNA;
- Figura de um ser humano com a estatura média da época;
- Representação do Sistema Solar;
- Desenho do Radiotelescópio de Arecibo;
- Números em binário representando o sistema numérico.
Antes da mensagem, o Observatório de Arecibo começou a ser construído nos anos 1950, mas só foi utilizado a partir de 1963.
Apenas no início dos anos 1970, o astrônomo norte-americano Frank Donald Drake começou a iniciativa para criar a primeira mensagem da civilização humana para outras civilizações no espaço.
Ao lado de Carl Sagan e de outros cientistas, Drake teve papel fundamental no envio da mensagem, que utilizou a frequência de 2380 MHz e largura de banda de 10 Hz. A transmissão durou apenas três minutos.
Como Messier 13 mede aproximadamente 145 anos-luz de diâmetro e possui cerca de 11,65 bilhões de anos, os cientistas consideraram o aglomerado uma das regiões mais favoráveis no céu naquele momento.
A mensagem foi respondida?
Por enquanto, os cientistas ainda não receberam nenhuma resposta oficial da mensagem, apenas algumas respostas falsas. Inclusive, um grupo de cientistas associados do SETI explicou que não gosta da ideia de enviar mensagens para civilizações que desconhecemos.
Eles afirmam que pode ser consideravelmente perigoso enviar mensagens para outros seres inteligentes, já que não sabemos qual seria a reação desses extraterrestres.
“Os programas METI carregam implicações e consequências desconhecidas e potencialmente enormes. Acreditamos que a decisão de transmitir ou não deve ser baseada em um consenso mundial, e não uma decisão baseada nos desejos de alguns indivíduos com acesso a poderosos equipamentos de comunicação”, o grupo declarou em uma mensagem em 2015.
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