Foi em meados de 2012 que os médicos do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos começaram a ficar preocupados com uma doença misteriosa que surgiu em surtos em várias regiões do mundo, afetando as crianças com sintomas similares ao da temida poliomielite.

A princípio, aqueles afetados pela doença apresentaram fraqueza nos músculos dos braços, pernas e da face, evoluindo para um quadro de paralisia das extremidades do corpo, como os dedos; então afetando os músculos pulmonares a ponto de tornar a respiração um desafio.

Os cientistas compararam os sintomas com a polio, o vírus do Nilo Ocidental e até o adenovírus, mas essas doenças virais que atacam o sistema nervoso não responderam a testes suficientes.

Um problema silencioso

(Fonte: Ilana Panich-Linsman/Time/Reprodução)(Fonte: Ilana Panich-Linsman/Time/Reprodução)

O CDC conseguiu determinar que a doença é uma infecção causada por um enterovírus, responsável por doenças frequentes em crianças, e a chamou Mielite Flácida Aguda (AFM). Em 2018, a agência lançou uma campanha de divulgação sobre a doença para que as pessoas se conscientizassem e estivessem cientes dos sintomas para que o CDC pudesse coletar mais informações para tentar, ao menos, rastrear o AFM a uma fonte viral.

“Não determinamos qual o patógeno ou resposta imune causa a fraqueza e paralisia do braço ou da perna na maioria dos pacientes. Não sabemos quem pode estar em maior risco de desenvolver AFM, tampouco as razões pelas quais podem estar em risco”, disse Nancy Massonnier, diretora do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórios do CDC, em matéria da Popular Science.

Eles simplesmente não entendem completamente quais são as consequências da doença a longo prazo, apenas que alguns pacientes diagnosticados e acompanhados por eles se recuperaram rapidamente. No entanto, outros continuam com paralisia e precisam de cuidados contínuos.

(Fonte: ABC7 San Francisco/Reprodução)(Fonte: ABC7 San Francisco/Reprodução)

O esforço de encontrar a fonte da doença também vêm do fato de que não existe nenhum teste sensível ou específico para detectá-la, e o diagnóstico depende apenas da identificação de várias características clínicas, como de neuroimagem e do líquido cefalorraquidiano.

O CDC estima que a idade média dos pacientes com AFM é entre 4 e 18 anos, com 90% dos casos documentados ocorrendo entre essa faixa de idade. Desde que a doença começou a ser rastreada, em agosto de 2014, houve 682 casos confirmados, com índice de aumento entre 2016 e 2018, geralmente no final do verão e início do outono.

Para Massonnier, esses picos indicam que existe um único agente causador da doença, tornando a busca desenfreada para descobrir qual é, ainda mais frustrante. Apesar disso tudo, a AFM é uma doença considerada rara. As chances de uma criança contraí-la são inferiores a um em um milhão, porém isso não significa que os olhos devam ser fechados para o quão preocupante ela é.

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