
Imagem: Divulgação/Konami
Publicado pela primeira vez nas páginas da Weekly Shonen Jump em 1996, Yu-Gi-Oh! pode ser considerada a obra definitiva de Kazuki Takahashi, que a transformou em um grande sucesso multimídia. Muito disso é resultado do jogo de cartas atribuído à franquia, que foi serviu como base para diversas linhas narrativas e adaptações em diversos meios.
No entanto, tudo poderia ser muito diferente caso a história tivesse seguido seu rumo inicial, que nada tinha a ver com as cartas de grande sucesso. Conforme quem teve a chance de acompanhar o mangá original sabe bem, esse era um elemento que sequer fazia parte de seu conceito central e das primeiras histórias.
As cartas mudaram tudo para Yu-Gi-Oh!
Enquanto muitos conhecem Yu-Gi-Oh! como a história de Yugi Mutou, um jovem inocente que se descobre capaz de incorporar a alma de um faraó antigo que é mestre em um jogo de cartas, suas origens são um pouco diferentes. Enquanto no mangá ele também incorpora a entidade, ela se mostra interessada em atividades que nada têm a ver com baralhos.
Segundo o próprio Takahashi, sua intenção com a obra era criar uma história de terror, elemento que acaba surgindo em alguns dos jogos que o protagonista encara. Eles são um substituto para as batalhas corporais convencionais do estilo shonen, que geralmente envolve personagens cujos poderes físicos aumentam em ritmo constante.
Os primeiros desafios encarados por Yugi são “jogos sombrios” que envolvem grandes perigos para os participantes. No primeiro deles, por exemplo, os participantes devem a ponta de uma faca afiada para retirar de cima de suas mãos uma quantidade variada de notas de dinheiro — correndo o risco de ferir a própria mão caso sejam muito ansiosos.
Já o segundo envolve um rolar de dados, no qual a pessoa que tirar o número menor vence. O protagonista sempre sai vitorioso desses desafios, que punem os perdedores fazendo com que eles só consigam enxergar dinheiro ou cobrindo suas vistas com mosaicos, dos quais eles não conseguem se livrar — em alguns casos, os perdedores morrem de forma dolorosa.
O jogo de cartas de Yu-Gi-Oh! foi introduzido somente no segundo volume com o nome Magic & Wizards, que depois foi mudado para Duel Monsters (para evitar problemas de direitos autorais). Ele deveria ser usado somente durante dois capítulos, nos quais vemos a introdução do vilão Seto Kaiba — que, no mangá original, acaba preso dentro do universo habitado por criaturas como o Dragão Branco de Olhos Azuis.
Reação dos fãs mudou destino da série
A decisão de focar a obra em Duel Monster surgiu como reação às diversas correspondências que a Shonen Jump recebeu após os capítulos nos quais o jogo foi mostrado serem publicados. Quem também influenciou muito nesse direcionamento foi a Konami que, interessada em ter um jogo colecionável próprio, não demorou a adquirir os direitos sobre a série.
A transformação de Yu-Gi-Oh! foi completada por sua adaptação para anime, que ganhou tons muito mais leves do que o mangá e reescreveu muitas de suas histórias e personagens. Lançado no ano 2000, ele se mostrou um sucesso estrondoso tanto no Japão quanto no exterior, resultando na obra que os fãs conhecem e acompanham até os dias atuais.
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