O aguardado lançamento de Gladiador 2 trouxe consigo mais do que batalhas épicas e performances de peso. Em entrevistas recentes, o ator Denzel Washington, que interpreta Macrinus, revelou uma intrigante história de bastidores: uma cena de beijo gay foi filmada, mas acabou cortada da versão final do longa.
A cena, que mostraria Washington beijando outro homem em um momento intenso do filme, foi removida, segundo ele, por “hesitação”. “Acho que ficaram receosos”, comentou o ator à revista Gayety, ao explicar que o beijo foi seguido por uma cena de morte, algo bem típico do universo brutal de Gladiador. “Beijei um cara nos lábios e acho que eles não estavam prontos para isso ainda. Matei ele cerca de cinco minutos depois”, brincou Washington.
A decisão de cortar a cena de beijo gerou curiosidade, especialmente devido ao contexto do Império Romano, época em que a sexualidade era vivida com fluidez. O personagem de Washington é descrito como bissexual, refletindo o espírito da época, assim como os imperadores interpretados por Joseph Quinn e Fred Hechinger, também retratados com comportamentos afetivos abertos.
A própria narrativa histórica de Roma serve de pano de fundo para essa abordagem, que Ridley Scott buscou trazer de forma autêntica em Gladiador 2. Contudo, parece que isso tudo não foi o suficiente para que a cena fosse ao ar.
Beijo entre Paul Mescal e Pedro Pascal também foi cortado
Além de Denzel Washington, Paul Mescal também viveu uma experiência semelhante no set. Em uma cena improvisada, o ator beijou Pedro Pascal na testa durante uma coreografia de luta, criando um momento de respeito e conexão entre os personagens. “Eu simplesmente fiz, sem avisar Ridley”, contou Mescal, relembrando o silêncio após perguntar se Scott havia aprovado o beijo. “Ouvi uma estática e, então, ele respondeu: ‘Acho que sim’.” Mesmo que Scott tenha aprovado a improvisação, essa cena também acabou fora da versão final do filme.
Apesar de Ridley Scott não ter explicado a razão exata para as cenas de afeto terem sido excluídas, é comum que produções de grande orçamento façam ajustes com o intuito de agradar a um público mais amplo ou de evitar censura em países onde conteúdos LGBTQ+ são considerados controversos. Recentemente, filmes como Lightyear, da Disney, e Barbie enfrentaram restrições em países do Oriente Médio, o que pode ter influenciado os estúdios a serem mais cautelosos com conteúdos que envolvem afeto entre pessoas do mesmo sexo.
Entretanto, a exclusão das cenas não foi vista com desdém pelo elenco. Washington, que trabalhou com Scott anteriormente em O Gângster (2007), ressaltou sua admiração pelo diretor.
“Estou perto da aposentadoria, e tenho que ser inspirado pelo cineasta. Ridley é tremendamente inspirador”, disse ele. Para Scott, essa não é a primeira vez que trabalha com personagens LGBTQ+ em suas produções. O diretor já havia explorado temas semelhantes em Thelma & Louise e na franquia Alien, esta última considerada uma das mais progressistas do gênero.
A expectativa dos fãs é de que essas cenas perdidas possam integrar uma futura versão estendida do filme, uma prática comum para Scott, que já lançou “cortes do diretor” de outras produções. Veremos!
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