Durante o evento Switch 2 Direct realizado em 2 de abril, a Nintendo revelou que os novos Joy-Cons do Switch 2 poderão ser usados como um mouse — com suporte para ambas as mãos. A função pode parecer simples à primeira vista, mas traz possibilidades interessantes para a forma como interagimos com jogos no console.

Tivemos a oportunidade de testar o recurso durante um evento em Nova Iorque, com foco em duas experiências jogáveis: Metroid Prime 4: Beyond e Drag X Drive. A proposta levanta algumas dúvidas: o modo mouse é prático? Funciona bem? É confortável? A seguir, detalhamos o que encontramos.

Drag X Drive testa movimento por controle físico

Um dos anúncios mais curiosos do último Nintendo Direct, Drag X Drive é um multiplayer em que jogadores competem em partidas de basquete utilizando cadeiras de rodas controladas por movimento. A premissa lembra um pouco Rocket League, mas com foco em acessibilidade e no uso criativo dos Joy-Cons.

Aqui, cada Joy-Con representa uma das rodas da cadeira. Para se movimentar, o jogador desliza os controles em uma superfície plana. Curvas e frenagens são feitas ao pressionar os gatilhos (ZR ou ZL) ou movimentando apenas um dos lados. Para arremessar a bola, é preciso simular o gesto de lançamento com as mãos, e até as comemorações são reconhecidas — levantar os braços aciona uma animação do avatar.

Apesar da simplicidade mecânica, o esforço físico é notável e não pode ser desconsiderado. A movimentação contínua exige coordenação e pode causar certo cansaço após sessões prolongadas. No entanto, o título também oferece a possibilidade de jogar em múltiplas posições, ou superfícies, algo que deve minimizar a questão.

Segundo Kouichi Kawamoto, produtor do Switch 2, o modo foi projetado para funcionar até mesmo em superfícies como calças, graças ao novo formato dos Joy-Cons, que agora contam com uma leve saliência na base para facilitar o deslizamento.

Durante o teste, a funcionalidade se mostrou estável mesmo fora dos mousepads fornecidos pela Nintendo. Ainda assim, jogos como Drag X Drive exigem espaço e fluidez, o que pode limitar a experiência dependendo do ambiente.

Metroid Prime 4 Beyond e o uso do modo mouse em FPS

Em Metroid Prime 4: Beyond, o modo mouse é usado para mirar e interagir com o ambiente. A proposta remete ao controle tradicional de shooters no PC, com movimentação livre e gatilhos para disparo. No entanto, há particularidades importantes.

Durante a demonstração, o jogo alternava automaticamente entre os modos mouse e tradicional assim que os Joy-Cons eram reposicionados — não era necessário pausar ou acessar menus. Essa transição, feita via giroscópio, funcionou de forma intuitiva.

Por outro lado, o novo formato dos Joy-Cons, apesar de mais robusto e confortável em relação à geração anterior, ainda apresentou limitações. Jogadores com mãos maiores podem sentir dificuldade em acionar determinados botões, como o Y, que é usado para ativar habilidades específicas, como o modo esfera. Em sessões mais longas, a ergonomia deixa a desejar, especialmente em jogos que exigem precisão constante.

Em um dos momentos finais da demo, o jogador enfrentava um chefe com pontos fracos visíveis, sem auxílio do sistema de mira automática. Nessa situação, a precisão do controle por movimento se mostrou eficaz, mas dependente de adaptação e domínio prévio do sistema.

Potencial e desafios do modo mouse no Switch 2

A possibilidade de usar os Joy-Cons como mouse amplia o leque de experiências no Switch 2. É uma abordagem incomum no universo dos consoles, mas que pode se tornar relevante se os estúdios decidirem explorar essa funcionalidade de forma criativa e prática.

Ainda é cedo para dizer se o recurso será amplamente adotado. Sua viabilidade depende tanto da receptividade do público quanto do investimento das desenvolvedoras em adaptar seus jogos para esse novo formato de controle. Por enquanto, o que se viu nas demos é um sistema funcional, mas com margem para aprimoramento — principalmente no que diz respeito à ergonomia e à integração intuitiva com os botões tradicionais.

Se bem aproveitado, o modo mouse pode representar uma alternativa interessante para estilos de jogo que exigem maior precisão ou interação diferenciada. Resta saber como ele será aplicado fora dos títulos de demonstração, e se a Nintendo continuará aprimorando o hardware e seus acessórios para atender diferentes perfis de jogador.

Joy-Cons do Switch 2 não terão sticks Hall Effect no lançamento

Apesar das melhorias no design e da adição do modo mouse, os Joy-Cons do Switch 2 não contarão com analógicos Hall Effect — tecnologia amplamente esperada pelos jogadores como solução definitiva para o problema de drift. A Nintendo confirmou a ausência do recurso nos modelos de lançamento nesta segunda-feira (7), explicando que os controles foram redesenhados do zero, mas ainda utilizam sensores convencionais.

Caso não conheça a tecnologia, os sticks Hall Effect funcionam com base em sensores magnéticos, o que os torna mais resistentes ao desgaste físico e praticamente imunes ao drift. Segundo Nate Bihldorff, vice-presidente sênior de desenvolvimento de produto da Nintendo of America, apesar da ausência dessa tecnologia, os novos analógicos oferecem boa sensação tátil e um funcionamento mais silencioso, principalmente no Pro Controller.

Ainda assim, a Nintendo afirmou que os novos Joy-Cons serão mais duráveis que os da geração anterior, cuja vulnerabilidade ao drift levou a diversos processos judiciais e à implementação de um programa de reparo gratuito em regiões como Reino Unido e Espaço Econômico Europeu.

Será que os Joy-Cons 2 estarão realmente mais duráveis, além de mais tecnológicos? Conte sua opinião nas redes sociais do Voxel!

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