A Motorola foi uma das primeiras a lançar um celular dobrável em formato de concha e segue com a missão de popularizar esses modelos. O Razr 50 é um bom exemplo disso: ele reúne características da versão anterior mais potente, trazendo um hardware intermediário para balancear o preço.
Com essa proposta, o Razr 50 chega como uma opção interessante, mas também complicada por estar muito próximo, em termos de preço, de outros dobráveis do mercado.
Design
A nova linha de dobráveis da Motorola recebeu mudanças importantes. O Razr 50, modelo base, traz praticamente tudo o que foi visto no Razr 40 Ultra, o topo de linha da geração anterior.

A linha Razr continua apostando no design tipo “flip”, com concha, inspirado no Razr original. O novo Razr 50 é levemente maior, mais espesso e um pouquinho mais pesado do que seu antecessor.
- Dimensões e peso do Razr 50
- Dobrado: 88,1 x 74 x 15,9 mm;
- Aberto: 171,3 x 74 x 7,3 mm;
- Peso: 188,4 g.
Ele chega nas cores cinza escuro, laranja e creme, todas com acabamento em vegan leather, que confere uma textura macia e elegante. É um detalhe que diferencia bastante dos modelos com vidro na traseira, trazendo uma pegada mais confortável.
Outras mudanças incluem uma nova faixa frontal também em vegan leather, novo formato para as saídas de som e uma dobradiça em aço inoxidável, mais resistente e que permite que o celular feche de forma mais uniforme. As laterais seguem arredondadas e feitas de alumínio, o que dificulta um pouco abrir o aparelho com apenas uma mão.
A certificação IPX8 foi mantida, garantindo resistência à água e poeira, e o Gorilla Glass Victus cobre a parte externa.
Telas
A Motorola reaproveita a tela externa do Razr 40 Ultra no Razr 50 — e isso foi um ótimo acerto. O painel AMOLED tem 3,6 polegadas, resolução de 1056 x 1066 pixels e pico de brilho aumentado para 1.700 nits, embora a taxa de atualização tenha sido reduzida para 90 Hz.
Essa tela externa maior facilita bastante o uso do aparelho: dá para abrir apps, jogos, acessar notificações, mapas, o Gemini e ainda ter uma ótima prévia da câmera. Dá até para começar a usar um app nela e continuar no display interno ao abrir o celular.

A tela principal permanece com 6,9 polegadas, também AMOLED, com HDR10+, pico de brilho de 3.000 nits e taxa de atualização ajustável entre 1 Hz e 120 Hz, graças à tecnologia LTPO. O vinco central está mais discreto, e a experiência geral continua agradável, com boas cores, brilho e fluidez.
Desempenho e software
O Razr 50 vem com o chipset MediaTek Dimensity 7300X, 512 GB de armazenamento e 12 GB de RAM (expansíveis com RAM virtual). Ele já sai de fábrica com Android 14 e terá suporte até o Android 17, com quatro anos de atualizações de segurança.
Atualizações prometidas:
- 3 versões do Android
- 4 anos de segurança
É um aparelho intermediário premium, capaz de entregar boa performance no dia a dia e multitarefa estável, mas ainda abaixo do Razr 50 Ultra, Galaxy Z Flip 5/6 e outros topos de linha.

Jogos exigentes exigem ajustes gráficos, e foi preciso reduzir qualidade para manter o desempenho estável. No entanto, a interface Hello UI está mais refinada e organizada. O app Moto facilita o acesso a personalização, gestos, segurança e outros recursos.
A tela externa também está melhor integrada ao sistema, com mais fluidez nos apps e mais funções, como o “tripé” para câmera ou modo de “relógio de mesa.
O Moto AI também começa a ganhar espaço: ainda em beta, ele divide a gaveta de apps em três partes: apps, notícias e Diário. Você tem algumas formas de acionar o Moto AI, como apertando o botão lateral duas vezes. Ele pode resumir as suas notificações; gravar o áudio para te lembrar de algo importante depois, como uma aula; salvar capturas de tela, fotos e textos para conferir depois; gerar imagens; e até tomar ações como gravar a tela e abrir a câmera.

O Moto AI também está ali para que você faça perguntas diretas, e essa função está ligada ao Diário, que ganha um app independente. Você pode fazer anotações práticas, incluir fotos e até usar a câmera para copiar textos de algum lugar.
A proposta da Motorola é uma IA que se integra à rotina, em vez de atuar apenas como assistente pontual — uma abordagem interessante, e diferente da Samsung e da Apple.
Bateria
A bateria de 4.200 mAh, com carregamento rápido de 30W (15W sem fio), é praticamente a mesma do Razr 40. Isso coloca o Razr 50 com vantagem sobre modelos como o Z Flip 6, ainda que a autonomia siga limitada para quem joga ou usa a câmera com frequência.
- Capacidade: 4.200 mAh;
- Carregamento com fio: 30W;
- Carregamento sem fio: 15W.
Algo a se notar é que a autonomia dos celulares em formato de concha ainda não é das melhores para algumas atividades. No caso do Razr 50, o celular não lida muito bem com jogos e pode descarregar cerca de -18% por hora, por exemplo. Com vídeos, essa descarga não costuma passar dos -6% por hora.

Já a autonomia geral dele fica numa média boa, mas sem muitos progressos. Eu consegui usar ele, em todos esses dias, sem muitos problemas quando fui mais moderado. Mas sempre que joguei um pouco mais ou usei a câmera com certa frequência, aí precisei dar uma carga rápida antes do dia acabar.
O carregador incluso leva cerca de uma hora para carregar totalmente o aparelho, enquanto uma carga rápida de 15 minutos recupera 31% da bateria.
Câmeras
A proposta do Razr 50 não é, exatamente, ser equiparável a outros celulares premium nas câmeras, como o próprio Edge 50 Ultra, mas ele não faz exatamente feio: a câmera principal agora tem 50 MP e é acompanhada de um sensor ultra-angular e macro com 13 MP. Já a frontal tem 32 MP, como na última geração.
Ele costuma fazer um trabalho “extra” de pós-processamento para aumentar a nitidez das imagens, deixando as cores também mais vibrantes do que o natural. É um padrão um pouco mais artificial do que o Razr 50 Ultra, mas que fica numa média boa.

Por aqui, as câmeras que mais costumam fazer bonito são a principal e a de selfies. Essas duas, principalmente em boas condições de luz, fazem fotos muito bonitas e ricas em detalhes. Já a principal pode ser a melhor aposta para fazer fotos em cenários de baixa iluminação, e aí você aproveita o formato para usá-la com a prévia da tela externa.
A câmera que eu menos curti foi a ultra-angular e macro. Ela é inconsistente na coloração, tem uma faixa dinâmica inferior à do sensor principal e também se aproveita do pós-processamento para otimizar as fotos, ainda que mantenha um nível satisfatório de detalhes. É uma câmera boa, mas que fica atrás dos outros dobráveis (até mesmo da Motorola).
Um recurso bom e que não se vê em todos os smartphones é o foco automático na lente ultra-angular. Isso é bacana, mas ao menos nos vídeos, o sensor tende a se confundir e perde o foco em alguns momentos.
Ele pode gravar em 4K com 30 fps em todas as câmeras, ficando atrás do modelo Ultra e do Z Flip 6. As imagens ficam bem suaves, com boa estabilização e cores vibrantes. Ele só costuma ficar com muito ruído quando você passa a usar o zoom digital, e isso especialmente em cenas com iluminação razoável.
Vale a pena?
O Motorola Razr 50 é um bom celular dobrável e traz características muito legais para a categoria. A tela externa maior foi um baita acerto da marca, o desempenho é sólido e ele tem uma bateria confortável, além da certificação IPX8.
Mas há de se notar que o seu desempenho é mais voltado para o nicho intermediário e não se aproxima do que o Razr 50 Ultra ou o Z Flip 6 entregam. As suas câmeras também são competentes, mas ainda perdem para esses outros dois modelos que eu citei. Aliás, caso o seu foco seja as câmeras, talvez o Edge 50 Ultra, S25 ou até o iPhone 16 sejam melhores opções.

E eu cito esses modelos mais caros porque, entre outros, o preço do Razr 50 esbarra neles. O valor sugerido é de R$ 5,5 mil, ou cerca de R$ 4,2 mil no varejo. Nesse caso, se você busca mais desempenho, eu diria que até o Razr 40 Ultra pode ser uma opção convidativa — mas ele será atualizado somente até o Android 16.
Ou seja, se a gente comparar o Razr 50 com os outros dobráveis do mesmo formato, ele acaba tendo uma série de vantagens, mas também desvantagens. Seguindo essa linha, o Z Flip 5 pode ser outra escolha razoável, já que ele também será atualizado até o Android 17.
E esse foi o Motorola Razr 50. Agora me conta aqui se você acha ele uma boa opção, ou se prefere apostar em algum outro modelo da Motorola ou até da Samsung.
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