Os elementos de terras raras são extremamente importantes para o mundo como o conhecemos hoje, principalmente por possibilitarem o funcionamento de diversos equipamentos tecnológicos. Eles são usados na fabricação de computadores, telas de TV, smartphones, entre outros dispositivos de uso civil e militar.
Apesar de serem chamados de “raros” e terem nomes exóticos, como disprósio e itérbio, esses elementos são mais abundantes na Terra do que muitos outros que encontramos com facilidade. Mas por que, então, são considerados raros?
Isso acontece porque eles estão concentrados em abundância em poucos depósitos de minérios, que não são amplamente explorados. Por esse motivo, apenas algumas regiões do mundo conseguem suprir a demanda global por elementos de terras raras.
“Depósitos de minérios de terras raras são encontrados em diversas partes do mundo. As principais jazidas estão localizadas na China, Estados Unidos, Austrália e Rússia, enquanto outros depósitos viáveis são encontrados no Canadá, Índia, África do Sul e sudeste asiático”, a enciclopédia Britannica descreve.
Por exemplo, a Toyota utiliza mais de 8,5 mil toneladas de elementos de terras raras por ano na fabricação dos carros híbridos do modelo Prius.
Além do uso em produtos destinados à população, esses elementos também são fundamentais na produção de equipamentos militares, como radares, satélites, componentes de aviões, sistemas de orientação de mísseis, entre outros.
De acordo com a Enciclopédia Britannica, os elementos de terras raras são tão presentes no dia a dia que, muitas vezes, passam despercebidos. No entanto, praticamente todos os equipamentos tecnológicos são fabricados com esses “ingredientes”. Até mesmo um simples isqueiro, que você encontra em qualquer esquina, contém um desses elementos em sua pedra (pederneira).
O que são elementos de terras raras?
Os elementos de terras raras não foram criados pelo ser humano — eles existem na Terra desde a sua formação. No entanto, sua descoberta ocorreu em 1787, quando o mineralogista e químico sueco Carl Axel Arrhenius encontrou o mineral Ytterby, que continha uma mistura de vários elementos de terras raras.
Apesar da descoberta, foi só em 1803 que os cientistas conseguiram isolar um desses elementos individualmente: o cério.

Ao todo, foram descobertos 17 elementos de terras raras, todos presentes na tabela periódica. Eles são metais, sendo 15 pertencentes ao grupo dos lantanídeos. Os outros dois, apesar de não fazerem parte desse grupo, também são metálicos e possuem propriedades semelhantes.
Eles são chamados de lantanídeos porque estão classificados logo após o lantânio (La) na tabela periódica. Trata-se de metais com propriedades magnéticas e ópticas, além de apresentarem características químicas muito semelhantes entre si.
Apesar de não serem tão raros na Terra, são difíceis de encontrar isoladamente, pois geralmente estão misturados a outros minerais.
Conheça os 17 elementos de terras raras:
- Lantânio (La)
- Cério (Ce)
- Praseodímio (Pr)
- Neodímio (Nd)
- Promécio (Pm) – é radioativo e raro na natureza
- Samário (Sm)
- Európio (Eu)
- Gadolínio (Gd)
- Térbio (Tb)
- Disprósio (Dy)
- Hólmio (Ho)
- Érbio (Er)
- Túlio (Tm)
- Itérbio (Yb)
- Lutécio (Lu)
- Escândio (Sc)
- Ítrio (Y)
Especialistas afirmam que o neodímio, o térbio, o disprósio e o praseodímio estão entre os elementos de terras raras mais utilizados na fabricação de diversos materiais. Eles são comumente empregados na produção de baterias para carros, smartphones, equipamentos médicos, telas de LED, entre outros produtos tecnológicos.
Elementos de terras raras são raros?
A maior parte dos elementos de terras raras é extraída na China, mas também existem depósitos desses minerais nos Estados Unidos e no Brasil. Além disso, países como África do Sul, Tailândia, Índia e Austrália também realizam a mineração desses elementos.
Inclusive, como eles são relativamente abundantes na Terra, alguns cientistas questionam se o termo “rara” é realmente adequado para descrevê-los.
Em entrevista ao site LiveScience, o diretor do Instituto de Pesquisa Hídrica da Virgínia Ocidental (EUA), Paul Ziemkiewicz, sugeriu que “elementos de terras problemáticas” seria um termo mais apropriado para descrever esses minerais.

O maior desafio em relação aos 17 elementos de terras raras é que eles estão geralmente misturados a outros compostos e substâncias, o que torna seu isolamento bastante complexo.
“O problema é que elas simplesmente não estão tão concentradas em um só lugar. Existem cerca de 300 miligramas por quilograma [0,005 onças por libra] de terras raras em todo o xisto dos Estados Unidos. É mais ou menos isso que você obteria se cavasse um buraco no seu quintal”, disse Ziemkiewicz.
Em resumo, esses elementos não são exatamente raros, mas sua extração é muito mais complexa do que a de outros tipos de minerais. Felizmente, algumas regiões concentram esses metais em maior quantidade, o que torna a mineração mais viável nesses locais.
Ainda assim, mesmo nessas áreas, é necessário separar diversas impurezas para se obter um elemento de terras raras em sua forma pura. Por isso, muitos cientistas estão estudando formas de tornar o processo de extração desses materiais mais eficientes. Alguns até buscam maneiras de reciclá-los a partir de eletrônicos e dispositivos antigos.
Apesar da abundância no espaço, alguns elementos quase não são encontrados aqui; a composição do planeta ajuda a explicar por que tanta coisa comum no Universo é escassa na Terra. Quer saber mais? Entenda por que os elementos abundantes no Universo são tão raros na Terra. Até a próxima!
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