Um grande passo para um enorme avanço científico foi dado em maio de 2022. Nesse mês, o primeiro paciente humano recebeu uma injeção de um novo vírus que supostamente é capaz de matar um câncer por completo. O vírus, que também é conhecido como CF33-hNIS (Vaxinia), teve testes bem-sucedidos em animais até então e parece ser promissor.
Porém, a sua eficácia em seres humanos só deve ser verdadeiramente testada no início deste novo ensaio clínico. Os cientistas esperam que esse teste inovador releve mais evidências de uma nova maneira de combater com sucesso tumores cancerígenos no corpo das pessoas. Entenda mais sobre o tema nos próximos parágrafos!
Vírus oncolítico
(Fonte: Shutterstock)
O Vaxinia é o que os pesquisadores denominaram de vírus oncolítico, um organismo geneticamente modificado e projetado para infectar e matar seletivamente célular cancerígenas — deixando as células saudáveis para trás. No caso do CF33-hNIS, foi utilizado o vírus da varíola para gerar tal efeito.
Embora seja simples interpretar os vírus como microrganismos maléficos e causadores de doenças em nossos corpos, nessa situação a ciência parece ter conseguido usar um mal para fazer o bem. Ao entrar no nosso organismo, esse vírus geneticamente alterado passa a invadir as células cancerígenas e se multiplicar dentro delas.
Eventualmente, essa célula infectada explodirá e liberará milhares de novas partículas virais que atuarão como antígenos no corpo. O objetivo é que esse processo passe a estimular o sistema imunológico humano a atacar outras células cancerígenas próximas, destruindo qualquer rastro de um possível tumor.
Pesquisas em laboratório
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Em estudos anteriores feitos em modelos animais, a droga se mostrou capaz de aproveitar o sistema imunológico para caçar e destruir células cancerígenas. Porém, até pouco tempo, nenhum teste real havia sido feito em humanos.
Todo esse cenário mudou quando o Centro de Pesquisa e Tratamento do Câncer City of Hope, em Los Angeles, e a empresa de biotecnologia Imugene, com sede na Austrália, anunciaram que o primeiro ensaio clínico em humanos estava em andamento. Ambas as instituições são co-desenvolvedoras do medicamento.
A primeira fase do experimento está totalmente focada na segurança e tolerabilidade do medicamento em humanos. Estima-se que 100 participantes estejam envolvidos no estudo, sendo eles pacientes adultos com tumores sólidos metásticos ou avançados e que já tenham tentado pelo menos duas outras formas de tratamento padrão.
Expectativas para o futuro
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Ao se inscreverem para o ensaio clínico, cada indivíduo receberá baixas doses do tratamento experimental por injeção direta ou intravenosa. Se os resultados iniciais forem bem-sucedidos e o CF33-hNIS for considerado seguro, novos testes avaliarão se o tratamento reage bem combinado com o pembrolizumab — um tratamento de anticorpos já usado na imunoterapia contra câncer.
Medidas secundárias, como a avaliação de quão efetivo o medicamento é para reduzir tumores tratados, serão analisadas mais tarde. Como o teste está previsto para durar dois anos em diversos campos clínicos, respostas mais concretas ainda devem demorar para surgir.
De qualquer forma, o vírus oncolítico tem gerado bastante esperança na comunidade científica e a expectativa por bons resultados existe. Na melhor das hipóteses, teremos encontrado um tratamento supereficiente para diminuir casos de câncer ao redor do mundo.
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