O Fiat Pulse é, sem exageros, um dos carros mais importantes da história da marca no Brasil. Lançado em outubro de 2021, foi o primeiro produto de uma nova gama pensada para modernizar a montadora e colocá-la no acirrado segmento dos SUVs compactos.
A fim de conhecer suas qualidades e seus defeitos mais de perto, o TecMundo recebeu uma unidade da versão Drive com o kit S-Design, configuração que hoje sai por R$121.980, com a qual percorremos 1.100km ao longo de dez dias. Notamos algumas coisas muito boas e outras que já deveriam ter recebido mais atenção considerando seu tempo de mercado.
O pacote S-Design é focado em estética, mas acrescenta equipamentos interessantes como: carregador por indução, chave presencial com partida remota, sensores traseiros de estacionamento, câmera de ré, forro do teto e colunas em preto, além da central multimídia de 10,1 polegadas com espelhamento sem fio para smartphones Apple e Android.
Fora esses itens, o Pulse Drive já traz um bom nível de recursos de série: há faróis Full LED com luzes diurnas integradas, ar condicionado digital, computador de bordo, volante multifuncional com ajuste de altura, banco do motorista com regulagem de altura, base para racks de teto, bancos em tecido, quatro airbags, entre outros.
Debaixo do capô do Pulse Drive se encontra o conhecido motor 1.3 aspirado flex da família Firefly, de quatro cilindros, capaz de gerar até 107cv e 13,7kgfm, atrelado a uma caixa automática do tipo CVT que conta com simulação de sete marchas no modo manual. Há ainda a variante Drive com câmbio manual de cinco marchas por R$107.990.
Não são números nem um pouco empolgantes, porém, a proposta da versão Drive é mais voltada a economia de combustível e um uso mais urbano. De fato, nossa média geral de exatos 15km/l em percurso misto comprova isso e agradou bastante; quem prioriza desempenho deve olhar para as versões com motor 1.0 turbo, agora híbridas.
O dia-a-dia com o Pulse é bastante agradável. O SUV compacto, embora pareça muito mais um hatch, já entrega uma posição ligeiramente mais alta de dirigir e é confortável; o kit S-Design ainda deixa o visual mais interessante graças ao teto preto e as rodas de liga leve. O 1.3 aspirado é silencioso e econômico, fazendo um bom casamento com a carroceria compacta.
Já o acabamento continua sendo um dos principais pontos fracos do italiano. Há peças visivelmente desalinhadas e excesso de plástico rígido de aparência barata – nesse ponto, porém, é preciso ser justo: o Pulse não é o único com esse problema no segmento. A questão é que essas observações não são de hoje e a Fiat já poderia ter promovido melhorias.
A condução é pacata, mas prazerosa – a direção é levíssima e as reações são relativamente espertas para um motor naturalmente aspirado. Já o câmbio CVT é, de longe, um dos melhores que existem: mantém as rotações do motor em baixa quase o tempo inteiro e, mesmo quando precisa elevá-las, o faz de maneira equilibrada sem levar o 1.3 a “gritar” em altos giros.
Há ainda a possibilidade de operar a transmissão pelo modo Sport ou realizando trocas manuais na própria alavanca – essa versão não traz paddle shifters. São recursos que amenizam a “falta” de motor quando o carro está cheio e funcionam muito bem, ajudando a compensar os números extremamente modestos do Firefly debaixo do capô.
O conjunto de suspensão, embora não traga nada de especial, também se mostra muito competente e com uma calibragem adequada tanto para o carro quanto para o rodar em nossas estradas nem sempre perfeitas. O Pulse não passa insegurança, muito menos demonstra rolagem excessiva de carroceria em trechos mais sinuosos.
Em suma: trata-se de um modelo bastante equilibrado e competente no que propõe. Não se sobressai por nenhum motivo específico, porém, entrega um conjunto honesto que promete agradar bastante no dia-a-dia. Se precisar de mais desempenho, é melhor partir para as versões com motor 1.0 turbo; se prioriza economia, o 1.3 estará de bom tamanho.
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